Os apps do amor

O mundo evoluiu muito em dois anos. O MSN Messenger e o Orkut ainda eram as redes sociais mais usadas no intuito de paquerar alguém virtualmente, naquele tempo também era mais comum a paquera ao vivo. No entanto, aos trancos e barrancos, chegamos a era dos aplicativos de paquera. Luís é novo nesse mundo e precisou pedir ajuda.


_Que tipo de foto eu coloco? Já vi que quase não mostram o rosto. Questionou.
_Depende do aplicativo. Esses que as pessoas não mostram o rosto só servem para uma coisa. Expliquei.

Conhecendo o Luís como eu conheço, sabia que ele não se daria bem com esses aplicativos. As coisas parecem ser mais fáceis, hoje, quando, na verdade, estão mais difíceis. Sexo é fácil e rápido, mas ninguém conhece ninguém.


Como no aplicativo em que com um toque descartamos o perfil de quem não nos interessa, na vida real não está sendo muito diferente. Ao menor sinal de que aquela pessoa existe, não é um ser virtual perfeito, descartamos como se nada fosse.

Relacionamentos como antes entraram em extinção. Sim, ainda existem casais. Mas se fizermos um raio X desses relacionamentos veremos o quanto a praticidade tomou conta do romance, se é que esse ainda existe.

Na era dos aplicativos com uma infinidade de utilidades, seria genial baixar algum que nos trouxesse de volta nossos corações, nossa habilidade de se envolver com alguém e de viver um romance real, mais do que através das redes sociais.


Será que em algum ponto vamos nos dar conta de que a tecnologia não pode substituir a realidade? Espero que, quando isso acontecer, não seja tarde demais, que ainda exista esperança de se conectar de verdade com alguém.

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